segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desenfreado


"Você me avisar, me ensinar
Falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver."


Ele se via como alguém em frente a uma bifurcação que levava a dois caminhos certos, apesar de diferentes. Eu o via como alguém de frente para um muro, com o pé no acelerador. Por já ter acelerado contra um muro pensando estar seguindo um caminho, tentei fazê-lo parar. Teria eu mesmo pisado no freio, se pudesse. Não pude.
Sabe, dói. Dói ouvir a batida e saber que logo vou ver os estilhaços. Dói não poder fazer nada enquanto te vejo ir de encontro a uma parede tão sólida. Irreparável. Dói imaginar a droga que te injetaram e o efeito que ela te causa - muito além de alucinação. Dói ver teu vício, dói mais ainda te ver gastando teu sangue pra sustentá-lo. E vai doer tirar teu corpo das ferragens, mesmo ainda com vida. Teu sangue espalhado no asfalto - dói. Dói saber que vai doer mais em ti.