domingo, 11 de janeiro de 2009

Ela chorou sentada sobre os escombros do que um dia foi. Os olhos ardiam, como se o pó enraizasse na nascente do rio salgado que escorria, descontrolado. Os mesmos olhos que brilhavam furtacor, hoje sustentavam o brilho branco-leitoso, opaco, quase fosco da perda do que não volta, do que já não se tinha. Mas a lembrança triste despencara sobre as alegres-inocentes-infantis com a mesma força com que a parede despencara sobre a grama seca já sem rosas, já sem latidos, já sem ameixas, já sem hibiscos. Ficou só espinho, só sobrou caroço. O osso. O esqueleto de uma vida sem carne, sem sangue. A cartilagem consumida pela terra, aquela que ligava e mantinha o organismo funcionando. Peças separadas, sem encaixe, cada uma sendo devorada por um verme diferente. Sem pulso. Sem vida.

6 Ficadica:

Leo Curcino disse...

bem cadaverico isso em kall? restos de que mesmo ein?

Anônimo disse...

meu deus

de onde você vem?
o que está pensando agora?

Anônimo disse...

Jesus fucking christ

this is sparta rs

Anônimo disse...

identificação total. pra variar. hahaha
beijos kall!

Leo Curcino disse...

tem tempo em?

Raphael Felicio disse...

totalmente intenso.