sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Para nunca mais

[...]
Era bom amar, desamar,
morder, uivar, desesperar,
era bom mentir e sofrer.
Que importa a chuva no mar?
a chuva no mundo? o fogo?
Os pés andando, que importa?
Os móveis riam, vinha a noite,
o mundo murchava e brotava
a cada espiral de abraço.
[...]

Drummond




Teus braços me envolviam,
com força e sem culpa.
Tua dor me nutria porque era por mim.
Tuas mãos procuravam meu pescoço no escuro:
acariciavam e sufocavam, indecisas.
Me faltava o ar nos pulmões,
e dos teus eu roubava a vida.
Tuas mentiras eram pretexto
para a dor que exalava meu hálito
nas palavras ásperas do teu ouvido.
E as lágrimas escorriam, alegres,
pelo esgar que tu me causavas.
Os gritos na noite não sustentaram
a história que nós inventamos...
criada a partir de vento, na chuva,
e que terminou por si só,
num ódio disfarçado de amor.

4 Ficadica:

Traçado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Traçado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Traçado disse...

kaaah!!! eu li todos desde o 'eu e a vida'!! =) vc é uma poetera da peste!
mas vejo uma insistente cor azul reinante nos teus textos!!

aah, e o 'pela minha lei'... foda. sem palavras. tenho comentários sobre!! dps conversamos. me lembra de t passar um texto!!

e q merda essa parada, tive q apagar as minhas msgs pq me fez fazer errado! põe um amarelo dái pra frente no blog! tu tem o dom da escrita, hein mulher! bjaum

Leo Curcino disse...

hmmm... ta ficando famosa essa minha filhote de clarice preferida. :)