quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia de quê?


Dia de corações vermelhos, de champagne, de jantar à luz de velas, de declarações românticas, de buquês de rosas, de anéis gravados, de cartões perfumados, de motéis lotados, de solteiros desconsolados. Dia de esperar a noite chegar - ou não. Para mim? Dia frio e nublado, de trabalhar nove horas, de varrer a casa, limpar a mesa e tirar o lixo, dia de jantar com meu pai. Só mais um dia - ou não. Dia de pensar que é só mais um dia, e podia não ser; que um dia do ano reservado a comemorar uma coisa não torna esta coisa essencial, necessária. Dia de perceber que, apesar dos corações, do champagne, das rosas, dos anéis, dos motéis, das declarações e dos cartões não fazerem mal, também não fazem falta. Perceber que um dia comum pode ser especial. Que é muito bom ter uma pessoa que se encontra um degrau acima de todas as outras, e também é ótimo ser esta pessoa para alguém, mas que talvez seja melhor ainda ser esta pessoa para si mesmo. Se alguém chegar a ler isto, provavelmente pensará que se trata de um discurso de encalhada com dor-de-cotovelo, como se a única chance que uma pessoa tivesse de ser feliz envolvesse projetar a responsabilidade de proporcionar esta felicidade nas costas de alguém. Eu quero dividir com alguém, um dia, tudo o que eu conquistar. O que logicamente não me impede de ir longe sozinha enquanto não aparece a tal pessoa, se é que ela existe. É raro. Não vou esperar para ser feliz quando aparecer alguém com a solução para todos os meus problemas. Por isso parabenizo hoje as pessoas que realmente encontraram alguém para dividir, e não para projetar. E faço do meu dia nublado um dia especial.

1 Ficadica:

Leo Curcino disse...

dia dos namorados nunca representou muita coisa pra mim e tal.

entao so nao digo que o meu dia ta sendo nublado porque o ceu ta bem azul la fora! :P